para você que (ainda) não tem cara de palhaço
 




o palhaço já entendeu tudo (e a gente também quer)

 

 

                                                         posso te contar um segredo?


as pessoas sempre terão uma opinião sobre nós. e não importa o quanto a gente tente agradar, controlar ou corresponder: a gente nunca vai ter o menor controle sobre o que o outro vai pensar. nunca.


é praticamente impossível observar algo sem julgamento. quando você olha pra uma flor, por exemplo, em segundos já decidiu se ela é bonita, feia, exótica, cheirosa, sem graça. julgar é quase um reflexo. e ser julgado… também é inevitável.


somos atravessados pelo que temos dentro, e também, somos atravessados pelo outro pelo que ele vê, pensa, projeta, vivemos sendo atravessado por interpretações alheias, e sentenciado por olhares que não são nossos. e aí mora o perigo (e também a chave de uma possível liberdade).


em 1944, o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre escreveu uma peça chamada Entre Quatro Paredes. nela, três personagens são condenados ao inferno. mas a surpresa é que o inferno, ali, não é feito de fogo ou grelhas. o inferno... são os outros. é o olhar constante do outro. é não poder escapar da forma como somos percebidos.


                              em uma das falas mais marcantes, a personagem Inês diz:


“você é um covarde, Garcin, porque eu quero que seja. eu quero, compreende? eu quero! [...] sou apenas o olhar que está vendo você, o pensamento incolor que está pensando em você.”

 

                                  e é aí que a gente chega num ponto importante:

 

                          as pessoas sempre vão pensar alguma coisa sobre a gente.


 sempre. é inevitável. é quase uma teimosia do ser humano essa mania de achar que sabe, que entendeu, que tem a verdade na cabeça.
e isso nos coloca diante de dois caminhos e um questionamento, porque, se a gente sabe que o           

                                              julgamento é certo, a questão vira:


                                                     o que a gente faz com isso?


E aí surgem dois caminhos:


1) SOCORRO!!!
 estou condenado e preso ao olhar do outro. não importa o que eu faça, serei sempre interpretado, julgado, rotulado.


2) LIBERDADE!!!
 já que o outro sempre vai pensar algo sobre mim, e eu não tenho nenhum controle sobre isso. então que, pelo menos, eu viva da forma mais verdadeira e feliz que puder.


confrontados por essas duas possibilidades, dá até um ânimo de imaginar a segunda como um caminho real.

 porque ela fala de liberdade, fala de leveza.  de uma felicidade que vem acompanhada de doses (nada singelas) de autenticidade.
e, entre a prisão do “que vão pensar de mim” e o voo de ser quem se é…


                                                  a gente torce pra você escolher voar.


                                                           sabemos que não é simples.


escolher ser você mesmo, em voz alta, com todas as suas cores, gostos, defeitos e esquisitices, exige coragem. e para falar de coragem, convidamos uma figura que pode ser nossa aliada nessa jornada: o palhaço.

 

o palhaço não tenta parecer algo que não é.
ele não tem medo do erro, da vulnerabilidade, da gargalhada fora de hora. ele não corre do constrangimento, ele não se esconde, ele aparece.

 

ele é o único que entendeu que talvez o mundo inteiro seja, no fundo, meio ridículo, e esse é um  dos motivos pelo qual  ele não vê problema nenhum em ser também. talvez seja aí que mora a sua liberdade: na coragem de não se levar tão a sério. e quer saber? você pode até ser visto como ridículo… mas vai ser fiel a si. e essa é uma liberdade que vale a pena.

 

porque o palhaço não tem vergonha de ser exatamente quem ele é.
e, nesse sentido, nosso guia. um convite pra gente rir de nós mesmos, tropeçar sem medo, se emocionar sem filtro e seguir a vida com o coração aberto, mesmo que isso pareça meio bobo às vezes. porque se estamos mesmo condenados ao olhar do outro, então que seja do jeito mais nosso possível.


                                     a autenticidade é um presente que você se dá


ser autêntico é se respeitar, é se ouvir, expandir sua consciência de si. porque, se o inferno são os outros, talvez o paraíso seja… você mesmo. rindo de si, tropeçando com charme, abraçando sua verdade, e vivendo a leveza de não precisar se encaixar pra pertencer. se for pra seguir um caminho, que seja o da verdade. e se for pra ter companhia, que seja a sua mais inteira versão, de bochechas vermelhas, olhos brilhando e peito aberto.


que o palhaço que vive em você te tire o medo do ridículo e te ajude a lembrar, sempre:
brincar é coisa séria, e viver com verdade também

 

 

                                                           RESPEITÁVEL PÚBLICO

                                                            exercício da semana:

 

               ser você mesmo, sem medo de parecer “estranho”, “demais” ou “diferente”.


como fazer: durante essa semana, escolha um momento por dia pra fazer algo pequeno, mas que seja 100% você. sabe aquela famosa frase “pode ser ridículo mas eu faria”, é isso mesmo.

  • Usar uma roupa que você ama, mas sempre acha “exagerada”.
  • Falar em voz alta aquela opinião que costuma guardar.
  • Rir alto quando der vontade, mesmo que ninguém mais esteja rindo.

P.s se você quiser ir além, marque um jantar/encontro com as suas amigas, o dress code precisa ser: use tudo aquilo que você sempre teve vontade mas teve medo de ser julgada! (não existe espaço melhor para ser 100% a gente cercado de pessoas que você tem certeza que JAMAIS irão de julgar)

 

no final do dia, escreva num papel: "hoje, fui mais eu quando..." e complete com o que aconteceu.


importante: não precisa ser grandioso. pequenos atos autênticos também contam. aliás, é neles que a mágica acontece.

continue sentindo (muito) com a gente por aqui:

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